2007-01-18

o dia depois da verdade.

resolvi fazer uma pausa por hoje nos balancetes e partilhar mais algumas angústias. queria deixar aqui o protesto contra a conotação negativa que a palavra "contabilista" possui na nossa sociedade. é pura discriminação! quando eu digo que sou "contabilista" ninguém me manda para a minha terra (até porque o contabilista é uma raça que não tem pátria), mas quase toda a gente reage com aquele franzir do nariz e o arreganhar da pestana. isto é o quê? era preferível eu andar a roubar???

mas eu compreendo. eu próprio me esquivo à resposta quando me perguntam a minha profissão. é um trauma com que eu tenho de viver. é como se não vivesse no meu próprio país, pois toda a gente nos olha de maneira diferente! como eu compreendo os imigrantes. comparemos grandezas:

- os brasileiros legais em portugal no ano de 2006 eram à volta 85.000;
- da ucrânia tínhamos por cá cerca de 70.000 imigrantes legalizados;
- a comunidade de cabo verde rondava os 65.000 habitantes;

pois posso-vos dizer que contabilistas inscritos oficialmente na câmara dos técnicos oficiais de contas já ultrapassa os 83.000! como é que esta malta não há-de ser odiada! pudera, somos mais que as mães! e tal como os emigrantes não legalizados, nós também temos a nossa parcela clandestina, os chamados "guarda-livros"!!! isso é gente que não interessa nem ao menino jesus!!!

apelo à serenidade e ao civismo das pessoas. vamos ser justos e colaborar na integração desta comunidade tão ostracizada!

2 comentários:

Marta disse...

Caro Contabilista a tua profissão ao pé da minha é como uma açorda sem pão ao pé de um arroz de tamboril. Sendo que a açorda sem pão é a minha formação, eu vou revelar o mistério: eu sou uma antropóloga.
Tu sabes o que eu já ouvi acerca da antropologia? Então aqui vai:Então estudas os macacos? Ah, tu és daquelas pessoas que trabalham com os mortos! e Ainda ouvi: E isso serve para o que?
Caro José ao pé de mim quero-te animado e já sabes quando pensares na contabilidade sorri, porque ainda existem antropólogos!

Sandrinha disse...

... ou não!